Conteúdo/ODOC - Luiz Gustavo Almeida, de 26 anos, influenciador digital de Cáceres e um dos investigados na Operação Tiger Hunt, segue preso temporariamente. A decisão foi confirmada pela juíza Raíssa da Silva Santos Amaral, da 4ª Vara Criminal de Cáceres, durante audiência de custódia realizada na última segunda-feira (9).
A operação da Polícia Civil mira um esquema criminoso que envolve lavagem de dinheiro, extorsão, estelionato, falsidade ideológica e exploração ilegal de jogos de azar, especialmente por meio do chamado “Jogo do Tigrinho”. Luiz Gustavo, que se apresenta nas redes sociais como “Guusta06”, gamer profissional, investidor esportivo e jogador de slots, está entre os principais alvos.
Apesar de não possuir um grande número de seguidores — pouco menos de 6 mil no Instagram —, o influenciador exibia publicações com ostentação, como fotos em jet-skis, eios de lancha e veículos de luxo. Entre os bens apreendidos pela polícia está justamente a moto aquática que aparece em várias postagens dele.
Em um vídeo feito pouco antes da prisão, Luiz Gustavo aparece jogando em uma plataforma online de apostas e comenta: “Como é bom saber a hora certa de subir a bet, de 500 a 2k em menos de 5 minutos. Plataforma boa é outra história!”. Para a magistrada, a gravidade das investigações justifica a manutenção da prisão temporária, além de não haver ilegalidade na decisão judicial.
No total, foram cumpridos quatro mandados de prisão, cinco de busca e apreensão, além do sequestro de bens móveis e imóveis, quebra de sigilos bancário e telefônico, e suspensão das atividades das empresas ligadas ao grupo investigado.
As investigações, que duraram cerca de cinco meses e foram conduzidas pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cáceres, revelaram uma organização que usava influenciadores digitais para promover jogos de azar ilegais. Eles lançavam diariamente novas plataformas, atraindo apostadores com vídeos que simulavam ganhos elevados em curto espaço de tempo.
Um dos artifícios do grupo era a utilização de versões demonstrativas dos jogos, com senhas programadas para garantir vitórias fictícias, o que incentivava ainda mais apostas. Além disso, a quadrilha comprava Fs de pessoas em situação vulnerável para cadastrá-las em contas bancárias digitais usadas nos sites ilegais, facilitando a lavagem de dinheiro.
O patrimônio dos envolvidos cresceu rapidamente, com aquisições de imóveis, carros de luxo, joias e viagens a destinos turísticos, evidenciando um estilo de vida incompatível com a renda declarada.